Os pacientes com câncer de estômago que passam por uma gastrectomia, ou seja, remoção parcial ou total do estômago, precisam ter cuidados específicos após a intervenção. A alimentação é uma das principais dúvidas, já que ela precisa ser adequada e suprir as quantidades as necessidades de calorias, proteínas, vitaminas e minerais.
Complexo, o período pós-operatório é delicado, pois o paciente precisa aumentar a oferta de nutrientes, mas, por outro lado, é justamente quando a capacidade de armazenamento do estômago e a tolerância dos alimentos estão bastante reduzidas. Por isso, é fundamental iniciar a alimentação sólida o mais rápido possível e ainda fazer uso de suplementos nutricionais para evitar a grande perda de peso.
Logo após a intervenção o paciente fica de três a sete dias sem receber alimentação pela boca. Apesar do rigor inicial, no período de 12 meses já está comendo normalmente, quase sem restrições. Alimentos gordurosos e muito pesados podem ser mais difíceis de digerir e devem ser evitados. Outra mudança necessária diz respeito às porções, que devem ser menores até a adaptação completa.
Frequente nos pacientes que passaram pela gastrectomia total é a síndrome de Dumping, que é caracterizada pela passagem rápida do conteúdo do estômago para o intestino, acompanhado ou não por outras evidências, como a sudorese, a fraqueza, a náusea, as cólicas intestinais e a diarreia. Pode ser controlada também a partir dos hábitos alimentares, evitando o consumo de açúcar, gorduras, fracionar a alimentação em várias porções, comer devagar e mastigar muito bem os alimentos antes de engolir.
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O mais indicado é ter o acompanhamento direto de um nutricionista, assim será possível encontrar a melhor maneira de se alimentar sem sofrer perdas de minerais, vitaminas, proteínas e também de peso em excesso.
A endoscopia digestiva alta, ou simplesmente endoscopia, é um exame que analisa a mucosa do esôfago, estômago e primeira parte do intestino delgado. Ele é feito usando um tubo sensível (endoscópio) que tem na ponta um chip responsável por capturar as imagens do sistema digestivo, como uma câmera. No momento do exame o médico pode visualizar e também realizar intervenções simples nestas partes.
Pedido de exame
Seu médico pode solicitar o exame em caso de um ou mais sintomas como:
- Sentir que a comida está presa atrás do esterno (osso localizado no tórax);
- Fezes negras;
- Vômito com sangue;
- Sentir-se satisfeito mais cedo do que o normal ou depois de comer menos do que o habitual;
- Azia;
- Baixa contagem de hemácias (anemia), que não pode ser explicada;
- Dor ou desconforto na parte superior do abdômen;
- Problemas de deglutição ou dor ao engolir;
- Perda de peso que não pode ser explicada;
- Náuseas e vômitos que não passam.
Ou ainda em caso de cirrose no fígado, doença de Crohn, ou acompanhamento de alguma doença digestiva já diagnosticada.
Como é feito
O paciente recebe sedação intravenosa e anestesia local na garganta com xilocaína (opcional). Um protetor de boca será inserido para proteger seus dentes do endoscópio. Na maioria dos casos, uma agulha será inserida numa veia do braço para o paciente ser medicado durante o procedimento. Depois que os sedativos fizerem efeito, o endoscópio é inserido através do esôfago no estômago e no duodeno. O chip captura as imagens que são transmitidas para uma máquina processadora, que exibe as imagens por uma tela em tempo real. O revestimento do duodeno, esôfago, estômago e intestino superior é examinado.
Além de capturar imagens, o exame de endoscopia também é usado para realizar biópsias. Após o teste ser concluído, você não será capaz de comer ou beber até que a sedação e anestesia percam o efeito.
Antes do exame é necessário ficar em jejum absoluto de oito horas. Já após a biópsia, o paciente não poderá fazer qualquer atividade que exija muita concentração, como trabalhar ou dirigir. O ideal é que ele saia do hospital e fique em casa, em repouso, até o efeito do sedativo cessar completamente.